Quarto de bebê: terrores noturnos?

O espetáculo inicia com o um casal que discute...a criança chora!

cena do espetáculo "Quarto de bebê

O bebê sofre de terrores noturnos...mas o que é isso??

Os terrores noturnos têm como característica o despertar abrupto que pode ser iniciado por um grito de pânico, choro ou vocalizações incoerentes. A criança pode apresentar sinais de ansiedade (taquicardia, respiração rápida, rubor cutâneo, sudorese, dilatação das pupilas, tônus muscular aumentado).

Quando o episódio termina, a criança volta a adormecer e não se recorda do que se passou. Muitas vezes, os terrores noturnos estão relacionados com algo assustador ou invulgar que ocorreu durante o dia, ou ainda, relacionados com mudanças importantes na vida da criança, tais como entrada na escola, nascimento de um irmão, ausência de um dos pais, entre outros.

cena do espetáculo "Quarto de bebê

Os terrores noturnos surgem mais no princípio da noite (em que os períodos de sono profundo são mais longos), diferente dos pesadelos que são um fenômeno do sono superficial (sono REM), e por isso ocorrem mais na segunda metade da noite ou quando a manhã se aproxima (quando aumentam os períodos de sono REM).

Nos terrores noturnos o despertar acontece no início do episódio, enquanto nos pesadelos a criança acorda a meio ou no final, quando a tensão causada pelo conteúdo assustador do sonho se torna demasiado intensa. Ao acordar de um pesadelo a criança rapidamente fica orientada e desperta, consegue descrever o conteúdo do sonho e deixa-se tranquilizar pelos pais (em contraste com os terrores noturnos em que se mantém confusa e agitada, sem que nada a acalme, esquecendo o episódio logo que retoma o sono).

cena do espetáculo "Quarto de bebê

Para ajudar a criança a lidar com seus pesadelos é importante aceitar os receios da criança e a necessidade dela estar junto aos pais, mostrar a criança formas para se confortar, desviando o pensamento para coisas boas; deixar uma luz de presença no quarto, encorajar e aceitar o uso de objetos de conforto (ursinho, uma boneca ou cobertor preferido) como companhia e forma de afastar os medos; contar histórias que ajudam a compreender os medos e sentimentos vivenciados de forma indireta.

Se mesmo depois de tentar todas estas dicas, a situação persistir, sem que a criança consiga estabelecer um sono tranquilo, é importante a ajuda técnica especializada de um psicólogo, para avaliar e ajudar a criança a ultrapassar conflitos internos que possam estar interferindo o seu sono.

O mini espetáculo é encantador. É um mini suspense, com cenas muito rápidas e mágicas. Minúsculos efeitos especiais e uma trilha potente!

Assista "Quarto de bebê" e tenha bons sonhos!

SERVIÇO:

Direção: Inecê Gomes
Atuação: Jacques Beauvoir
Trilha Sonora: Genderless Produções
Produção: Trágica Cia de Arte

Curiosa Arte...e a ocupação nas escolas!

“Criatividade consiste em ser capaz de manter, durante a vida, algo que pertence à experiência infantil de criar o mundo”, já dizia Winnicott!

Pois bem, é exatamente nisto que o artista persevera. Incessantemente dia após dia, criar situações, artes, mis-en-scène direcionadas ao outro, para que este não o abandone e que a vida tenha sentido. O artista instiga a curiosidade do outro com muita criatividade.

O público, seja adulto ou não, é impulsionado pela curiosidade. Um desejo de ver/ouvir/sentir algo, necessidade arcaica em rememorar vivências primitivas, anteriores até à aquisição da linguagem. Por este motivo podemos realizar "leituras" complexas e afetivas de imagens, de sons.

Freud atribuiu à curiosidade um lugar especial, conferindo-lhe o status de instinto secundário, mas, como todos os instintos, dotado de energia própria, derivada da escopofilia, e nomeou-o instinto para o conhecer. Então, a nossa curiosidade, tão inquietante nas crianças, é um instinto de sobrevivência, pois nos direciona ao saber, ao conhecimento.

Mas se é assim, a nossa curiosidade nos direciona para onde, quando apreciamos a Arte? O que pode-se aprender com Arte? Aprende-se sobre o mundo e seu subtexto, aprende-se sobre nós mesmos e nossas complexas relações com o outro...retorna-se à infância, projeta-se para o futuro, rimos e choramos num piscar de olhos, nos indignamos, inflamos a alma de amor, desejamos mudar, queremos retornar ao passado, tudo e nada!

Mas dizem por aí que ela é caótica, estranha, vazia às vezes, colorida ou sombria demais, patética, emotiva, incompreensível, coisa de gente à toa, que não trabalha...dispensável. Mas também pode ser revolucionária, instigadora, subversiva, perigosa!! 

Querem a Arte fora das salas de aula*, das escolas. Banida dos currículos.

Mas vai ser impossível, ela é fluída, é ideia e desejo, curiosidade e criatividade. É conhecimento...está em todos os lugares. Está na história do homem, na história de cada um. Onde existir um curioso, ela sobreviverá!

* Vivemos um momento histórico, hoje (07/10/2016) os alunos  estão ocupando as escolas públicas em protesto contra medidas do governo. Um dos eixos que motivou a ocupação foi a MP da reforma do ensino médio (Lei Alexandre Frota, que retira Artes e Educação Física da lista de disciplinas obrigatórias.

Estudantes curiosos e atentos!!

Timóteo, o consertador ambulante

Timóteo, personagem do mini espetáculo "na varanda"

Antigamente, nas ruas e vielas, nas pequenas cidades do interior era comum encontrar um senhor, que com muita habilidade consertava panelas, bacias, penicos, até mesmo janelas, cano ou cadeiras quebradas. A sua arte era remendar latão, alumínio, ágata, flandres, zinco e cobre!
O vendedor ambulante, também conhecido como mascate ou caixeiro-viajante não trazia somente a chita, as bijuterias ou rendas e bordados, ele trazia a novidade e a moda de outros lugares. O vendedor de guarda-chuva ou o vassoureiro, foram figuras importantes para a economia do comércio popular.

Timóteo  encantando serpentes!

Foi nestes homens andarilhos que o personagem "Timóteo" foi inspirado, uma mistura de consertador de coisas e artista de rua. Revolucionário e solitário, o incansável senhor das artes tão comum nos centros urbanos, que com seus solos transformam as cidades cheias de desigualdades em palcos abertos para que todos possam desfrutar da arte, pagando ou não! 

Timóteo é assim, faz suas estripulias, toca seus instrumentos, seus "consertos & concertos". Sem pretensões!

Assista "na varanda" e Pague Quanto Vale!

SERVIÇO:
Na varanda
Direção/atuação: Inecê Gomes
Trilha sonora: Genderless Produções
Produção: Trágica Cia de Arte